Investigadores finlandeses confirmaram uma ligação entre a vacina Pandemrix contra o vírus da gripe A (H1N1) e o aumento do número de casos em crianças e adolescentes de narcolepsia, uma deficiência que se caracteriza pela dificuldade da pessoa se manter acordada.
Naquela faixa etária, os doentes a quem foi injectado a Pandemrix registaram 12,7 vezes mais casos de narcolepsia do que os que não receberam a vacina, sublinha o estudo, que, contudo, revela que quem desenvolveu a doença tinha uma predisposição genética para ela.
O laboratório encontrou, pela primeira vez, anticorpos ligados a um dos componentes da substância adjuvante da vacina, o AS03, em cerca de um quarto dos indivíduos que desenvolveram narcolepsia depois de terem sido vacinados. O adjuvante potencia o efeito da vacina no sistema imunitário. Os investigadores vão continuar a observar esta reacção imunitária inédita.
Os investigadores apuraram ainda que, devido à vacina, não se registaram casos de narcolepsia em crianças com menos de quatro anos nem em jovens com mais de 19.
A Agência Europeia do Medicamento já tinha concluído haver uma associação entre a vacina contra a gripe A e os casos de narcolepsia em crianças e adolescentes, conforme anunciou em Julho a autoridade que regula os medicamentos em Portugal, o Infarmed.
O Comité de Medicamentos de Uso Humano da agência europeia recomendou que se evite administrar a vacina Pandemrix, usada em Portugal, a pessoas com menos de 20 anos.
Contudo, a agência europeia mantém que a relação benefício-risco da vacina, mesmo em pessoas com menos de 20 anos, continua positiva.
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