segunda-feira, 26 de março de 2012

Estado Espirito Negro

Estado de espírito negro oscilando entre a alegria e a raiva, esse sentimento que me tem feito viver!
Cedo sai de casa, fui mãe, estive em coma de parto por incompetência médica de um senhor doutor muito conhecido em Faro (e que mais tarde entrou em litígio com um outro médico do hospital de Faro, porque os dois  eram Ginecologista/ Obstetras e iam fazer os partos de suas clientes privadas no dito hospital o que gerou confusão), este senhor veio abrir depois uma clínica em Lisboa e que não quero citar o nome, porque o senhor já está velho e  já não pode dar a volta ao que se passou. A verdade é que eu tinha uma criança de 4, 750 kg dentro de mim que não tinha dado a volta no fim da gravidez.

 Ele jamais me advertiu para os ricos ou teve o cuidado de me fazer entrar a tempo no hospital para praticar uma cesariana. Nunca me disse o tempo de gravidez certo ou uma data para o parto.
Jovem sem experiência limitei-me a achar que tudo corria seu curso normal, eu estudava e trabalhava na época. Quando comecei a ter dores de parto estava nas aulas de um professor meu  e conhecido advogado na época que me dava aulas de Direito Comercial, o Dr Novais. Nas cadeiras duras da aula eu sentava-me da esquerda para a direita mudando de posição o que lhe chamou a atenção e me convidou a sair da aula e ir ao hospital...na verdade eu andava com aquelas dores fazia alguns dias, mas não tão acentuadas, porém a gravidez sempre me deu dores e eu ficava à espera do momento...não tinha uma data nem um aviso de que correria riscos. Foi meu professor que me advertiu para ir ao hospital, e lá fui.

 Já não me deixaram sair...eram 9h horas da noite e disseram-me que o parto poderia acontecer até ás 10 30h da noite, mas as dores ficaram por ali...tal como já vinha a acontecer, nem mais nem menos, mas para o eu nunca tinha sido advertida. Puseram-me a soro para provocar a dilatação para além da que eu já tinha quando entrei no hospital e nada mais acontecia. Aí comecei não com mais contracções e sim com umas dores de cabeça mortais.

Tiraram-me do soro e fizeram-me uns testes, e lá estava albumina na hora do parto, sem mais dilatações, três cruzes, dores dores dores de cabeça. Fui levada para o bloco operatório, comecei com ataques e espasmos. Nem sei como é possível tanta incompetência, eram 4,750 kg de uma criança que não tinha dado a volta numa jovem de dezassete  anos sem dilatação. Lá foi chamado, o senhor doutor "meu médico" que  me assistira na gravidez. Mas como eu não era uma doente de Clínica Privada me tinha deixado ao "Deus dará". Ataques, espasmos, tenho  lembrança de ser atada a uma cama com uma mordaça qualquer para não morder a língua, e daí não lembro mais nada entrei em coma...a família foi avisada de eu não ia sobreviver...o caso foi comentado, Faro não era uma grande cidade e eu era conhecida, jovem, e bonita...
Foram quinze dias de coma...uma lembrança triste e ligeira do que aconteceu e que mudaria toda a minha vida.

Passaram anos, sobrevivi, eu estou aqui mas graças a um grande senhor da nossa medicina pois depois do coma vieram mais uns anos de sofrimento, operações e internamentos, foi o Professor Carlos Alves Pereira, o meu segundo pai, esse grande medico que me salvou.  Errar é humano mas não por negligência! Pouco mudou na mentalidade médica...acho mesmo que piorou. Cada dia mais a falta de  consciência existe. Procuram a medicina como uma forma de enriquecer, cada dia mais temos, médicos que procuram especialidades que funcionem como uma fabrica de fazer dinheiro onde a saúde e a vida é pouco importante.Sorrisos bonitos, lipós, implantes,vacinas, tudo dinheiro fácil, fábricas de fazer dinheiro. Conheço vários grandes e bons profissionais de saúde que de facto escolheram a profissão certa e agem como médicos...até podem errar, mas não por não tentar salvar ou ajudar, a esses o MEU BEM HAJA e que trabalhem no sentido de melhorar este sistema anti-vida.

 Para se ser bom médico tem de haver mais do que ter boas notas, vontade de tirar um curso para ganhar dinheiro, ter um canudo. Tem de se ser sensível e humano, o que de facto é difícil de encontrar. Já médicos a contar o dinheiro que lhes deixamos lá todos os meses, e a contabilizar se estamos de facto a ser um bom investimento do tempo deles (€), são a maioria.

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